A insustentável leveza do ser

É incrivel como nos verificamos frágeis, mesmo quando somos muito fortes.
Aprendi muita coisa ao longo dos últimos cinco meses. Se calhar muito mais do que na minha vida inteira.
Aprendi, acima de tudo, que a nossa vida pode mudar de um dia para o outro e que há pessoas que nos podem "tirar" tudo o que lutámos uma vida inteira dignamente para ter, desde que isso represente um benefício para elas próprias.
Aprendi que não se pode de facto confiar em ninguém, senão em nós próprios, mesmo que prometam coisas e nos dêm a chamada "palavra de honra".
Aprendi que a chamada "palavra de honra" faz hoje parte de um passado muito remoto e já praticamente esquecido para a maioria dos seres humanos.
Aprendi que a sede de poder é ainda pior que a sede de dinheiro.
Aprendi que a cegueira não é apenas um estado clínico: é uma doença do foro psicológico.
Aprendi que as palavras "interesse próprio" precedem sempre a "ajuda" no diccionário privado de muitos pseudo-importantes portugueses.
Aprendi que por detrás duma chamada democracia, existe uma penalização para os que dizem o que não devem, mesmo que sejam absolutas verdades.
Aprendi que há pessoas que se consideram o núcleo de tudo, quando na realidade não têm a menor importância.
Aprendi acima de tudo que vale sempre a pena ser honesto, trabalhador e dedicado, nem que seja porque isso nos faz sentir bem connosco próprios. Mas também aprendi que tudo isso pode reverter de forma negativa sobre nós, se servir proveitos alheios.
Aprendi que há pessoas que de facto vendem a alma ao diabo e tentam hipotecar as almas alheias.
Aprendi que a "ministrite aguda" integra as chamadas doenças muito graves num possível quadro clínico.
Acima de tudo, aprendi que a única verdade absoluta é a de que estamos vivos e a única certeza a de que iremos morrer, não obstante poder, dinheiro e condição social.

Sempre ouvi dizer que o que não nos mata, torna-nos de facto mais fortes.
E com isto tudo, resta-me concluir que se ainda estou viva, e essa sim, é por enquanto uma absoluta verdade, então é porque tudo o que vivi ao longo dos últimos cinco anos e o que fui obrigada a aprender nestes últimos cinco meses, certamente só me fortaleceu!
Valham-me, por isso, os Deuses e a Lei do Retorno!

Os meus sinceros parabéns ao meu fantástico "instrutor"!

Comentários

sibila disse…
«O que não me mata torna-me mais forte». Friedrich Nietzsche escreveu isto num livro chamado «Além do bem e do mal».
The Queen Maid disse…
Tudo o que escreveste é uma veracidade empirica. Mas no entanto eu ainda acredito que nós podemos "mexer" as coisas. Nós somos a voz adormecida que resiste a acordar e gritar.
A vida é fácil, nós é que a fazemos dificil. É fácil ser feliz, honesta, leal consigo e com os outros...mas ainda é mais facil ser maldicente, desonesto, pessimista e ditador...faz-me lembrar a uma história da Condessa de Ségur, acho que era a Sofia. Optava sempre pela maldade, aprendia a lição, mas depois voltava a fazer e assim sucessivamente até um dia (confesso que já não me lembro bem da história). Nós podemos mudar tudo, absolutamente tudo. Basta querermos. E a lei do Retorno operará o seu caminho...
Elaine disse…
assim seja :)

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