A insustentável leveza do ser

Escrevi isto em pequena pandemia.

Volvidos dois anos, vejo que ao invés de termos aprendido alguma coisa, só piorámos...

E é triste ... 


🙈🙉🙊



Gostava que tudo voltasse a normalidade. Mas já não pode ser. E, mesmo quando tudo isto acalmar, porque não creio que passe, - será mais um vírus no meio de outros tantos - não creio que possamos voltar a normalidade.... porque fazíamos tudo mal. E tudo estava errado. Aprendemos a valorizar cenas superficiais, fúteis e materiais, em vez de darmos valor ao privilégio de acordar vivos, de termos empregos (alguns de nós), casas, famílias ... se chovia era porque chovia... se fazia calor era porque estava calor, se estávamos a trabalhar não víamos a hora de estar em casa e queixávamos nos ... se não tínhamos tempo para os filhos lamentávamos nós...  e agora?

Agora se está sol e porque está sol, se não podemos sair reclamamos, não temos que ir trabalhar reclamamos de trabalhar em casa... os filhos todo o dia são um problema para muitos pais que reclamam (!!!) enfim... continuamos a não dar valor nenhum ao principal privilégio que temos: estar vivos. E ter saúde (por enquanto) e uma vida para viver.

Assim não vamos longe e não vamos aprender nada. E nada vai voltar a ser igual. A maioria da pessoas pensa que vai ser assim, um comunicado tipo - ‘o vírus acabou. Podem  voltar as vidas vidas’ -. E vão acontecer mega festas , um Woodstock gigante e universal onde todos se amam .... mesmo alguns que se já se detestavam.

Mas não.

Infelizmente não acho que vá ser assim.

Se quisermos voltar as nossas vidas nada poderá ser igual... primeiro, porque estamos errados nas nossas escolhas, atitudes e preferências e fazemos fica pé nisso e demos cabo do planeta todo... Segundo, porque terá que ser uma inserção gradual, para não acordar de novo o bicho quando finalmente o conseguirmos adormecer. Mas acima de tudo porque estávamos mesmo errados nos nossos comportamentos, nas nossas ações e nas nossas atitudes.

E nada disto me exclui, nem a mim, nem aos meus. Não fosse eu humana.

Temos medo, metem nos medo e reagimos mal ao medo, acabando por nós destruir uns aos outros...

Já não vamos conseguir fazer igual, mas poderemos fazer diferente.

E em vez de reclamarmos  tanto, estarmos gratos; e em vez de nos ofendermos gratuitamente uns aos outros, termos a umbridade de sermos adultos e,no meio desta merda toda, aprendermos a valorizar as nossas vidas e as dos demais. Tínhamos tanto. Temos tanto... ainda!

 E mesmo que nada disto faça sentido para quem possa ler, precisava de escrever esta merda, sobretudo para não me esquecer que também eu tenho que mudar e aprender muito com isto.

 


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