Das únicas vezes que ouvi o meu nome pela tua voz, estavas já de partida.
Nunca me deste nada e nada me deixaste e, apesar disso, vivi na tua presença 20 anos da minha vida, que já foram muitos e suficientes. Depois disso quiz viver... a minha vida, longe de ti.
Serás sempre um desconhecido para mim, o vosso passado uma incógnita e nunca nada soubeste ou quiseste saber sobre mim, excepto nos últimos dias, que já foram poucos e tardios.
Perdoei-te em palavras e acções nos teus últimos dias, para te acalentar a alma e o sofrimento. Mas sabias, sabes que jamais te perdoarei.
Do nada tudo se perdeu com a tua partida mas o pouco nada que restou nunca mais foi igual.
Foi só mais nada. O vazio total.
Ficaram só as memórias, da presença de alguém que nunca lá esteve.
E eu estive sempre ali... e ainda estou aqui... e lembro-me de ti todos os dias, com a eterna saudade de tudo o que nunca me deste de ti nem nunca quiseste receber de mim...
E descobri de pois de tudo, que foi de ti que herdei o meu dom.
De ti herdei a voz...Deserdaste-me em tudo o mais que pudeste, negaste-me o teu nome enquanto pudeste e só mo deste porque não o podias negar por mais tempo.
E agora, tantos anos depois, a terra mãe continua a rejeitar o teu corpo.
E isso faz feridas irreparáveis na minha alma...
E tudo o que mais desejo, é que a Deusa te dê a paz e que aceite o que sobra do teu eu, independentemente do meu perdão que jamais terás.

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