Da janela do meu quarto,

li hoje palavras que jamais irei esquecer, cujo impacto terá reprecussões enormes na minha vida presente e futura. Abstenho-me por isso de comentários aquele que foi o post mais tocante que li até hoje.
Maria, admiro a tua coragem, por tudo...

"Terça-feira, 5 de Dezembro de 2006
LET'S PLAY THE GAME OF GOING INSANE
Dos cerca de 200 emails que recebo diariamente uma grande parte diz coisas como “ah, e tal, gostava de ter a tua vida”, ou “gostava de ser como tu”.
Okay.
Vamos lá.
Entrem na cronologia da minha vida.

Usando das palavras da
Yashmeen: Encostem-se na cadeira.
Isto não vai ser agradável.


Imaginem engravidar aos 15 anos.
Imaginem não saber como vão chegar ao dia seguinte.
Imaginem abandonar um filho recém-nascido. Imaginem não ter opção.
Agora imaginem que esse filho chama ‘mãe’ a outra pessoa.
Imaginem que se apaixonam por um esquizofrénico.
Imaginem que corre muito mal. Imaginem ter nascido numa aldeia, tão pequena que não há mais de dez casas.
Imaginem ter 16 anos, e fazer sexo com velhos. Tão velhos que podiam ser pais dos vossos avós, e que vos tocam e lambem como a um bonequinho.
Imaginem não ter casa. Imaginem dormir todos os dias com alguém diferente. Imaginem passar dois anos assim, dia após dia, após dia, após dia…
Imaginem ir para uma cidade que não conhecem.
Imaginem viver sob um nome falso, um emprego falso e um passado falso.
Imaginem ter uma arma encostada á cabeça. Agora imaginem fazer sexo a chorar por não saber se a arma vai disparar.
Imaginem todos os dias fazer coisas que juraram nunca fazer.
Imaginem depender de ansioliticos para tudo. Imaginem que preferem não chegar ao dia seguinte a não tomar um Xanax.

Mais?
Ok.

Imaginem ter que mentir a toda a gente que conhecem. Sem excepção.
Imaginem-se deitados na cama sem conseguir dormir, imaginem que as únicas pessoas que conhecem querem foder convosco, imaginem que não podem falar com ninguém.
Imaginem ouvir frases que doem como álcool em carne viva.
Imaginem ter que dizê-las.
Imaginem que nunca fizeram amor, imaginem que dormiram com mais de mil homens mas só sabem fazer sexo.
Imaginem esquecer-se da cara dos vossos pais e filhos.
Imaginem esquecer-se do próprio nome.
Imaginem passar o vosso aniversário a apanhar chicotadas.

(..)

Imaginem que a única pessoa em quem confiam desaparece.
Imaginem ver o vosso filho três vezes por ano. Agora imaginem chegar ao pé dele e ouvi-lo dizer “Odeio-te”.


Imaginem casar com alguém que não sabe o vosso nome. Imaginem ter que fingir gostar de alguém. Imaginem que esse alguém vos deixa na merda.

IMAGINEM PENSAR QUE ESTAVA TUDO PARA TRÁS E TER QUE COMEÇAR TUDO DE NOVO.

Deitem-se e imaginem que no dia seguinte vão voltar á estaca zero. Que passaram quatro anos a lutar para nada. Que vai ser outra vez tudo igual.


Foi bom?

Obrigado pela atenção."

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