Escrever sobre o quê?

Sobre o que me vai na alma?

A minha Alma tem hoje o semblante carregado pelo peso dos séculos. Não vou querer, por isso partilha-lo com o mundo. Não vou querer espalhar energias que eu própria não quero ter, não quero sentir, não quero emanar.

A minha Aura, ao invés do azul que normalmente emana, hoje está cinzenta. E eu não gosto de olhar e ver assim, esta cor que sai do meu corpo...

Escrever o quê? Teria mil assuntos sobre os quais escrever… As ideias sucedem-se em catadupa. A Alma tem o semblante carregado… e a mão não corresponde aos constantes impulsos ou então não é suficientemente rápida para os acompanhar…

Escrever o quê? Se me apetece deitar cá para fora tudo o que sinto e ao mesmo tempo não me apetece…

Vivo em dois mundos. Dois mundos e duas realidades diferentes que juntas formam uma. Um é o meu mundo prático, onde trabalho e vivo, onde tenho contacto com tudo o que é material e que não me interessa, mas do qual dependo para conseguir existir fisicamente. O outro, é o meu mundo espiritual, aquele que me alimenta e me guia, nas viagens pelo meu mundo material, que me trava sempre que necessário, que me obriga a reavaliar as minhas atitudes e intenções.

É esse mundo espiritual que ilumina a mão, me faz anotar os meus pensamentos e ideias, talvez – quem sabe – para não os esquecer sempre que os releio, dado que sou teimosa e tendo sempre a não obedecer…ou a escolher o meu caminho por instinto. Ou talvez por tradição, para que os meus filhos tenham acesso a eles, da mesma forma que os meus antepassados os passaram aos seus - por escrito.

Escrever sobre o quê? Não sei…Sei que as coisas que flúem actualmente, sobre sentimentos e sentidos, e sobre as quais me apeteceria eventualmente escrever, essas, não as quero partilhar com o Mundo. E assim, acabo por não as registar aqui ou em papel, limitando-me a arquivá-las e a relegá-las para um outro plano. E, verdade seja dita, há muitas que devem ficar mesmo assim…arquivadas, no canto mais recôndito do meu cérebro, não para as esquecer definitivamente, mas para ficarem a marinar no seu próprio veneno e criarem assim um antídoto eficaz contra futuras tentações...

Escrever sobre o quê?...
Neste momento ocorre-me apenas uma espécie de discurso para mim própria, para cimentar na minha consciência o que não devo, não posso e jamais quero esquecer.

Discurso para mim mas também para o Mundo, para que as pessoas relembrem o que têm, que é passível de ser usado a todo e qualquer momento, mesmo pelos que não estejam ligados espiritualmente a nada.

Não será isto o meu próprio antídoto?

Escrever sobre a Vontade. Não a minha em si. Sobre a Vontade como uma espécie de “arma” que todos possuem.

Querer é poder.

E o que é a magia senão o exercício da nossa vontade sobre as coisas e pessoas?

Qual o primeiro passo que uma Bruxa aprende? A exercitar a sua Vontade.
E é através do conhecimento, que se obtém pelo estudo, através da prática, da força com que se exprime esse desejo, e da energia que se liberta quando se expele esse desejo face a um qualquer objectivo, que se aprende a exercitar a Vontade.

E que é isso senão fazer Magia?

Sem dúvida. A Vontade e a forma como a exercemos, permite-nos obter resultados brilhantes sobre o que queremos. Se o quisermos e desejarmos com muita Força. E eu melhor que ninguém sei isto por experiência, pois os maiores alicerces do meu mundo material foram construídos assim, sob o comando da Vontade.

Vontade + Força --> Energia+Vontade ---> Concretização do objectivo.

Contudo, e como dizia a minha amiga Morgana há muitos séculos atrás, “não desejes demasiado…pois poderás obter mesmo o que queres…”
E também tinha as suas razões, que eu bem pude comprovar... (vão ler, vão ler para entenderem o porquê)!

Querer é de facto poder! E Querer com muita força permite Ter.

E enquanto se exprime Vontade e Querer, não se pensa em desistir.

Há uns anos atrás, eu escrevia:

“Aquela que...Traça as suas próprias leis segundo as leis da natureza, aquela cuja vontade permite alterar a realidade e que detém o poder sobre a sua própria vida, sendo leal consigo própria e com os outros; a que gera e transforma a energia honrando a Deusa e o Deus, para o bem de tudo e de todos, é uma bruxa, tal como eu sou”.

Pois é… Eu sou uma Bruxa, com muito orgulho e muita convicção! (E sou-o mesmo, não me restam dúvidas, quer a mim, quer aos demais que comigo convivem).

E detenho o poder sobre a minha própria vida, e só por isso mesmo, jamais irei desistir pelo menos de ser quem e como sou.
Porque eu QUERO.

E é este o único discurso, ao dia de hoje, para mim própria e para o Mundo em geral.

Elaine

Comentários

Munita disse…
Minha amiga,

Ontem havia uma má energia no ar...

Quando assim é... o melhor é mesmo não fazer nada...deixar a tempestade passar... reunir as nossas energias para as usarmos mais tarde...

Hoje é um outro dia, um dia que eu quero que corra bem... um dia que sera diferente pela positiva.... Hoje eu quero estar bem, quero estar em paz, e quero que tu o estejas tambem...

Aproveitar as energias positivas da lua...

Mesmo sabendo que devemos ter cuidado com o que desejamos, nunca isso nos impediu de desejar fosse o que fosse... lutar contra o que está escrito e depois abrir os braços para as mudanças que nós mesmas provocamos nas nossas vidas....

Temos de aceitar todas as fases da nossa vida... que no nosso caso é um ciclo...

De lagarta (quando nos arrastamos na vida, quando desesperamos, quando tudo corre mal), o casulo (quando nos refugiamos no nosso mundo procurando respostass) e finalmente borboletas (quando conseguimos as nossas asas e tornamo nos livres para voar)

E voamos até ao sol... e queimamos as nossas asas.... e transformamo nos em lagartas...


(amiga, hoje ando assim... já cá venho apagar o comentário :P)
Elaine disse…
Não apagues sff, deixa-o estar :)
Um beijo

Mensagens populares